A incrível história real de Claudinho, o mulambo

Lembrei dessa história ontem (mas só tô podendo contar hoje) porque encontrei com um sujeito com vocação pra figura que viajou comigo pro carnaval esse ano. Destino? Praias do litoral sul do Espírito Santo!

Obs.: todos os fatos aqui narrados são verídicos!

O nome do sujeito é Claudinho, se encontra na flor da idade com seus 19, 20 anos, possui lindos olhos verdes, moreno da cor do pecado, tatuagens em locais estratégicos, cabelos lisos que correm ao sabor do vento e o corpo que se assemelha muito com um bambu esbelto, ou seja, é praticamente um galã de novela das oito.

Pra resumir bem a história e chegar ao ponto que interessa, uma breve descrição da situação quase calamitosa que se encontrava a turma que viajou: 8 homens em uma suíte (o banheiro não tinha janela; tome "Bom Ar") de uma pensão, de 12 metros quadrados. Cabia uma cama de casal e 3 colchões estirados pelo chão, ou seja, 5 podiam dormir de forma confortável. E ainda 2 sujeitos precisaram dormir na varanda. E onde Claudinho entra nessa história? Ele não estava nesse meio, foi pro balneário de Iriri pra casa do seu avô (que se encontra a longínquos 10 km de Anchieta, cidade onde estávamos "hospedados").

Já na viagem, Claudinho começou a mostrar o seu "dom":

- Claudinho, você lembrou de trazer seus documentos, né?
- Porra brother... Deve tá aqui na minha mochila. Deixa eu dar uma olhada... Fudeu, esqueci lá em casa [cara de preocupado]...
- Claudinho, se a gente parar em uma blitz, vamos ter que dizer que você é um mendigo que veio pedir comida e ficamos com dó e resolvemos te dar uma carona até a cidade mais próxima!

E Claudinho foi levado até o seu destino, Iriri.

No sábado de carnaval, como quem não quer nada, aparece Claudinho pedindo abrigo pois estava pentelhando a lua-de-mel da sua prima (que se casara uma semana antes) e foi expulso da casa do seu avô.

- Bom, Claudinho, você pode até ficar aqui, mas vai ter que dormir no carro!
- Beleza, brother, durmo no carro tranquilamente [fazendo cara de feliz]!

E foi a peça dormir no carro. No dia seguinte:

-Porra, brother! Acordei com um mendigo batendo na janela do carro querendo um gole da minha vodca, uahauhauhauahuahua...
- E aí, você deu?
- Dei sim, eu tava guardando lá um restinho pra começar bem o dia, mas fiquei com dó do cara... Ele tava precisando mais do que eu, hahahahaha!

Já no domingo, Claudinho diz:

- Aê brother, algum de vocês pode me emprestar uma grana? A minha terminou, mas vou ligar pra minha mãe hoje mesmo e pedir pra ela depositar pra mim, beleza?
- Tudo bem Claudinho, nós te emprestamos dinheiro sim... Mas me diga uma coisa, você por acaso tem conta em algum banco?
- Porra, brother! É mesmo, eu não tenho esqueci desse detalhe, auhauhauahuahauha...
- Você não tem nem RG, vai ter conta em banco?

Claudinho ficou até a quarta-feira de cinzas sem um mísero centavo no bolso sendo bancado por mim e uma outra boa alma que estava junto.

- Claudinho, não vi você escovando os dentes nem um dia. Você por acaso trouxe escova de dentes?
- Porra, brother! Esqueci de trazer cara! Mas eu to escovando com o dedo, é a mesma coisa... Não é não?

Quando íamos para pegar uma praia, Claudinho estava sempre munido de sua inseparável canga. Todos se sentavam nela, se secavam quando saiam do mar e deixava o pobre paninho imundo de areia.

E, no único dia que alguém presenciou Claudinho saindo do banho:

- Claudinho, você também não trouxe toalha de banho?
- Porra brother... Eu esqueci de trazer! Mas eu to me secando com a minha canga, é a mesma coisa!
- Porra, Claudinho, deixa de ser porco! Essa canga tá imunda de areia! Você tá mais sujo agora do que antes do banho!

Percebendo que a situação de sua canga não era das melhores, no outro dia foi se secar com uma camiseta que ele usara por 3 dias consecutivos.

- Aê, brother! Me empresta uma camisa aí? A minha eu tive que usar de toalha, tá toda molhada...
- Beleza, Claudinho, pega essa daí. [entregando uma camisa limpa ao pobre coitado].
- Será que rola uma bermuda também?

Todo mundo estava sem entender o que tanto tinha em sua mochila que ele não tinha nem uma muda de roupas:

- Claudinho, e essa mochila lotada de coisa aí? Não é possível que não tenha sequer uma camisa limpa!
- Porra, brother... Quando eu tava saindo de casa eu me confundi e peguei a mochila errada! Peguei a mochila que levo pro colégio! Aqui só tem caderno, livro, caneta...

E, se alguém ficou curioso pra ver o Claudinho:

Esse é o Claudinho! Que charme!

Claudinho ao lado de Tatavo mostra os seus lindos olhos verdes!

Claudinho ao meu lado exibindo o seu físico privilegiado

A turma toda e Claudinho utilizando um colar cervical após um tombo na praia

Dr. Spock